Movimento

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Movimento

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Datas de existência

Histórico

Jornal originário de uma dissidência do Opinião. Um grupo de jornalistas, liderado por Raimundo Pereira, decidiu criar um outro jornal que superasse os problemas mais candentes da publicação anterior. Mais especificamente, o objetivo era ultrapassar, na direção de uma postura política mais definida, a tônica excessivamente intelectual daquele periódico. Movimento nasceu em julho de 1975, em São Paulo, com a proposta explícita de ser um jornal de frente política.

O editor e idealizador do jornal foi Raimundo Rodrigues Pereira. O conselho de redação era composto de Aguinaldo Silva, Elifas Andreatto, Jean-Claude Bernardet, Maurício Azedo, Teodomiro Braga, entre outros. O diretor responsável era Antônio Carlos Ferreira e os editores especiais, além de Raimundo Pereira, eram Bernardo Kucinski e Marcos Gomes.

A partir de seu nascimento, efetivamente, o jornal funcionou como um espaço de reaglutinação de militantes e de grupos políticos. Segundo Bernardo Kucinski, ativistas que saíam da cadeia, antigos militantes que tinham se afastado da luta armada e remanescentes de antigos grupos que se haviam desmantelado se aproximaram do jornal movidos pela possibilidade de uma atividade política legal, não clandestina. Em várias regiões do país organizaram-se sucursais do jornal. Sendo, na verdade, o jornal uma “frente” política, em cada sucursal predominava uma posição diferente, em função da predominância deste ou daquele grupo político.

A linha política e teórica mais ampla do jornal era dada, contudo, pelo PCdoB (Partido Comunista do Brasil). Embora sem vínculos orgânicos, o editor Raimundo Pereira alinhava-se às teses gerais deste partido e sofria grande influência intelectual de um antigo dirigente da organização maoísta APML — o jornalista Duarte Pacheco, na época vivendo na clandestinidade e mais próximo das teses do PCdoB.

Em pouco tempo o conselho editorial do jornal passou a expressar um conflito político interno que se estendia, também, às sucursais regionais: de um lado, os militantes do PCdoB e, de outro, os demais grupos políticos, os jornalistas independentes e os intelectuais de formação acadêmica. As teses do PCdoB referentes à caracterização da sociedade brasileira e, sobretudo, à definição do caráter da revolução no Brasil eram objeto de polêmica entre os grupos políticos da época e dividiam os militantes. Questões como “burguesia nacional”, “feudalismo” e “aliança com empresários” demarcavam campos de profundas divergências dentro do jornal.

Mas não apenas as questões internas dividiam os participantes de Movimento. O choque internacional entre as duas grandes potências comunistas da época — China e URSS — também interferia na crise política interna do jornal, na medida em que o PCdoB aderia, sem reservas, à linha chinesa.

A agudização da crise política dentro do jornal terminou por provocar uma grande crise em abril de 1977, quando jornalistas independentes e militantes de vários grupos políticos se retiraram. Movimento passou então a ser, efetivamente, um jornal que representava os pontos de vista do PCdoB. Mas transformar-se no jornal de um partido não resolveu o problema das divergências internas. Movimento passou a expressar a luta interna do PCdoB — acirrada, na época, pelo processo de avaliação da guerrilha do Araguaia. A total subordinação de Movimento às questões políticas internas do PCdoB terminou por inviabilizar o jornal. Em 1981 uma convenção nacional de trabalhadores do jornal aprovou a proposta de seu editor, Raimundo Pereira, de fechamento da publicação.
(Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/imprensa-alternativa)

Locais

Estado Legal

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Estruturas internas/genealogia

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