Subsérie 11 - Versus

Área de identificação

Código de referência

BR MGUFV 05.02.11

Título

Versus

Data(s)

  • 1977-1979 (Acumulação)

Nível de descrição

Subsérie

Dimensão e suporte

Suporte: Papel

Área de contextualização

Nome do produtor

História administrativa

O jornal Versus começou como uma publicação essencialmente cultural, com a proposta, contudo, de entender a cultura como uma “ação política”. Foi lançado em São Paulo, inicialmente como bimestral. Seu diretor responsável era o jornalista gaúcho Marcos Faerman. Entre os participantes: Moacir Amâncio, Elifas Andreatto, Carlos Rangel, João Antônio, Luís Egypto, Cláudio Bojunga, Joca Pereira, Modesto Carone.

A trajetória do jornal aponta para os problemas e dificuldades da delicada relação entre cultura e esquerda. Entre o primeiro número, lançado em outubro de 1975, e o último, editado em outubro de 1979, a história do jornal traduziu a oposição entre, de um lado, intelectuais e jornalistas com projeto de uma publicação cultural, pluralista e inovadora em termos estéticos, e de outro, militantes organizados que viam o jornal como instrumento de luta política. Este confronto terminou por sepultar a publicação.

O jornal trazia grandes artigos e reportagens dedicados ao debate das novas teorias discutidas na Europa, naquela época: em especial as teses de filósofos como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari. Valorizava a estética como manifestação política e a arte como um agente revolucionário. Nesse sentido, Versus procurava inovar, também, em sua apresentação visual. A ilustração, em suas páginas, não pretendia ser apenas o reforço de uma matéria. Ela seria um signo em si própria; algumas vezes, seria a própria matéria.

A América Latina — vivendo, em sua maioria, naqueles anos, sob ditaduras militares — era um dos temas mais importantes do jornal. Ela era vista como uma entidade unificada política e culturalmente. O jornal buscava contribuir para a criação de um sentimento de “latinidade” que marcou certos setores intelectuais e artísticos nos anos 1970. Além disso, foi responsável pela divulgação de inúmeros intelectuais latino-americanos no Brasil, publicando textos não apenas de nomes conhecidos como Julio Cortázar, Gabriel García Márquez, Jorge Luis Borges e Octavio Paz, mas, também, de autores de público mais restrito como Miguel Ángel Asturias, Carlos Fuentes e Ernesto Sábato.

O jornal fugia de uma compreensão da política como essencialmente partidária. Valorizava a política nos temas ligados ao comportamento, ao cotidiano, às relações pessoais, à estética e à sensibilidade. Artigos e reportagens denunciavam a repressão exercida sobres as mulheres, os loucos, os presos.

Nos seus dois primeiros anos de existência, Versus era um jornal vanguardista, entrosado com as novas correntes internacionais, voltado para o debate intelectual e estético e, essencialmente, pluralista. Buscando inovar tanto na forma como no conteúdo — afirmando, inclusive que, em muitos casos, a forma era o próprio conteúdo.

Esta foi a marca do jornal até o final do ano de 1977 — quando houve a entrada, na administração e na redação do jornal, de um contingente significativo de militantes da Convergência Socialista (tendência legal da organização clandestina de inspiração trotskista — Liga Operária). Este fato mudou inteiramente o tom do jornal. Versus passou a ser um jornal político, praticamente o órgão divulgador das posições da Convergência.

Antes desta transformação mais radical, ocorrida em 1977, já havia, no jornal, a presença de militantes políticos e de jornalistas de esquerda, muitos deles com alguma influência trotskista. Tratava-se, contudo, de uma influência teórica e não de uma vinculação orgânica. Versus representava, em seu projeto inicial, um ponto de vista de esquerda de crítica ao stalinismo e ao modelo soviético. Mas a sua transformação em órgão da Convergência Socialista o inseriu no quadro de um discurso mais doutrinário e dogmático. O jornal modificou sua aparência e seu conteúdo e os jornalistas ligados ao projeto inicial terminaram por se retirar. Como um jornal nitidamente político, Versus continuou saindo até meados de 1979, quando deixou de circular.
(Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/imprensa-alternativa)

História do arquivo

Procedência

Área de conteúdo e estrutura

Âmbito e conteúdo

Os periódicos apresentam reportagens ligadas a problemas sociais da América Latina, demonstrando movimentações sociais, problemas econômicos e a organização dos partidos brasileiros da época.

Avaliação, selecção e eliminação

Ingressos adicionais

Sistema de arranjo

Organizado por número de edição em ordem crescente. Edições: 8, 18-21, fragmento 1, 1, 31, 33.

Área de condições de acesso e uso

Condições de acesso

Condiçoes de reprodução

Idioma do material

Script do material

Notas ao idioma e script

Características físicas e requisitos técnicos

Instrumentos de descrição

Área de documentação associada

Existência e localização de originais

05.02.09-S06 GAV12 CAM1-09

Existência e localização de cópias

Unidades de descrição relacionadas

Descrições relacionadas

Área de notas

Identificador(es) alternativos

Pontos de acesso

Pontos de acesso de assunto

Pontos de acesso local

Ponto de acesso nome

Pontos de acesso de gênero

Área de controle da descrição

Identificador da descrição

05.02.11

Identificador da instituição

Regras ou convenções utilizadas

Status

Nível de detalhamento

Datas de criação, revisão, eliminação

Idioma(s)

Sistema(s) de escrita(s)

Fontes

Zona da incorporação

Assuntos relacionados

Pessoas e organizações relacionadas

Gêneros relacionados

Lugares relacionados

Depósito físico

  • Armário de arquivo: GAV JOR 12