Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1977-1979 (Acumulação)
Nível de descrição
Subsérie
Dimensão e suporte
Suporte: Papel
Área de contextualização
Nome do produtor
História administrativa
O jornal Versus começou como uma publicação essencialmente cultural, com a proposta, contudo, de entender a cultura como uma “ação política”. Foi lançado em São Paulo, inicialmente como bimestral. Seu diretor responsável era o jornalista gaúcho Marcos Faerman. Entre os participantes: Moacir Amâncio, Elifas Andreatto, Carlos Rangel, João Antônio, Luís Egypto, Cláudio Bojunga, Joca Pereira, Modesto Carone.
A trajetória do jornal aponta para os problemas e dificuldades da delicada relação entre cultura e esquerda. Entre o primeiro número, lançado em outubro de 1975, e o último, editado em outubro de 1979, a história do jornal traduziu a oposição entre, de um lado, intelectuais e jornalistas com projeto de uma publicação cultural, pluralista e inovadora em termos estéticos, e de outro, militantes organizados que viam o jornal como instrumento de luta política. Este confronto terminou por sepultar a publicação.
O jornal trazia grandes artigos e reportagens dedicados ao debate das novas teorias discutidas na Europa, naquela época: em especial as teses de filósofos como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari. Valorizava a estética como manifestação política e a arte como um agente revolucionário. Nesse sentido, Versus procurava inovar, também, em sua apresentação visual. A ilustração, em suas páginas, não pretendia ser apenas o reforço de uma matéria. Ela seria um signo em si própria; algumas vezes, seria a própria matéria.
A América Latina — vivendo, em sua maioria, naqueles anos, sob ditaduras militares — era um dos temas mais importantes do jornal. Ela era vista como uma entidade unificada política e culturalmente. O jornal buscava contribuir para a criação de um sentimento de “latinidade” que marcou certos setores intelectuais e artísticos nos anos 1970. Além disso, foi responsável pela divulgação de inúmeros intelectuais latino-americanos no Brasil, publicando textos não apenas de nomes conhecidos como Julio Cortázar, Gabriel García Márquez, Jorge Luis Borges e Octavio Paz, mas, também, de autores de público mais restrito como Miguel Ángel Asturias, Carlos Fuentes e Ernesto Sábato.
O jornal fugia de uma compreensão da política como essencialmente partidária. Valorizava a política nos temas ligados ao comportamento, ao cotidiano, às relações pessoais, à estética e à sensibilidade. Artigos e reportagens denunciavam a repressão exercida sobres as mulheres, os loucos, os presos.
Nos seus dois primeiros anos de existência, Versus era um jornal vanguardista, entrosado com as novas correntes internacionais, voltado para o debate intelectual e estético e, essencialmente, pluralista. Buscando inovar tanto na forma como no conteúdo — afirmando, inclusive que, em muitos casos, a forma era o próprio conteúdo.
Esta foi a marca do jornal até o final do ano de 1977 — quando houve a entrada, na administração e na redação do jornal, de um contingente significativo de militantes da Convergência Socialista (tendência legal da organização clandestina de inspiração trotskista — Liga Operária). Este fato mudou inteiramente o tom do jornal. Versus passou a ser um jornal político, praticamente o órgão divulgador das posições da Convergência.
Antes desta transformação mais radical, ocorrida em 1977, já havia, no jornal, a presença de militantes políticos e de jornalistas de esquerda, muitos deles com alguma influência trotskista. Tratava-se, contudo, de uma influência teórica e não de uma vinculação orgânica. Versus representava, em seu projeto inicial, um ponto de vista de esquerda de crítica ao stalinismo e ao modelo soviético. Mas a sua transformação em órgão da Convergência Socialista o inseriu no quadro de um discurso mais doutrinário e dogmático. O jornal modificou sua aparência e seu conteúdo e os jornalistas ligados ao projeto inicial terminaram por se retirar. Como um jornal nitidamente político, Versus continuou saindo até meados de 1979, quando deixou de circular.
(Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/imprensa-alternativa)
Entidade custodiadora
História do arquivo
Procedência
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
Os periódicos apresentam reportagens ligadas a problemas sociais da América Latina, demonstrando movimentações sociais, problemas econômicos e a organização dos partidos brasileiros da época.
Avaliação, selecção e eliminação
Ingressos adicionais
Sistema de arranjo
Organizado por número de edição em ordem crescente. Edições: 8, 18-21, fragmento 1, 1, 31, 33.
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Condiçoes de reprodução
Idioma do material
Script do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de descrição
Área de documentação associada
Existência e localização de originais
05.02.09-S06 GAV12 CAM1-09